Os principais Reformadores: Lutero, Úlrico Zwinglio, Guillherme Farel, João Calvino e John Knox.
AS CINCO SOLAS
Cinco solas são frases latinas que definem princípios fundamentais da Reforma Protestante em contradição com os ensinamentos da Igreja Católica Apostólica Romana. A palavra latina "sola" significa "somente" em português. Os cinco solas sintetizam os credos teológicos básicos dos reformadores, pilares os quais creram ser essenciais da vida e prática cristã. Todos os cinco implicitamente rejeitam ou se contrapõem aos ensinamentos da Igreja Católica Apostólica Romana.
1 Os cinco
solas:
1.1 Sola fide (somente a fé)
1.2 Sola scriptura (somente a Escritura)
1.3 Solus Christus (somente Cristo)
1.4 Sola gratia (somente a graça)
1.5 Soli Deo gloria (glória somente a Deus)
Sola fide (somente a fé)
Sola fide é o ensinamento de que a justificação (interpretada na teologia
protestante como "sendo declarada apenas por Deus") é recebida somente pela fé,
sem qualquer interferência ou necessidade de boas obras, embora na teologia
protestante clássica, a fé salvadora é sempre evidenciada, mas não determinada,
pelas boas obras. Alguns protestantes vêem esta doutrina como sendo o resumo da
fórmula "fé produz justificação e boas obras" e em contraste com a fórmula
católica apostólica romana "fé e boas obras rendem justificação". O argumento
católico é baseado na Epístola de Tiago (Tiago 2:14–17):
“ De que serve, meus irmãos, se alguém disser que tem fé se não tiver obras?
Acaso pode essa fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e
necessitarem do pão quotidiano, e algum de vós lhes disser: "Ide em paz,
aquentai-vos e saciai-vos," e não lhes derdes o que é necessário para o corpo,
que lhes aproveita? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.
”
É importante a comparação do que católicos/protestantes entendem como "justificação": ambos concordam que o termo invoca a comunicação dos méritos de Cristo para com os pecadores, e não uma declaração de ausência de pecado. Lutero usou a expressão simul justus et peccator ("ao mesmo tempo, justo e pecador"). O Catolicismo Romano vê a justificação como uma comunicação de vida de Deus ao ser humano, limpando-o do pecado e transformando-o realmente em filho de Deus, de modo que não é apenas uma declaração, mas a alma é tornada de fato objetivamente justa.
A visão protestante da justificação é que ela é a obra de Deus através dos meios
da graça. A fé é a justiça de Deus, que é realizada em nós através da palavra e
dos "sacramentos". Lei e evangelho trabalham para matar o ego pecaminoso e para
realizar a nova criação dentro de nós. Esta nova criação dentro de nós é a fé de
Cristo. Se não temos essa fé, então somos ímpios. Indulgências, ou orações não
acrescentam nada e nada são. Todos possuem algum tipo de fé (geralmente a fé em
si mesmos). Mas precisamos de Deus para destruir continuamente fé hipócrita e
substituí-la com a vida de Cristo. Precisamos da fé que vem de Deus através da
Lei e do evangelho, palavra, obras e sacramentos. No documento fundador da
Reforma, as 95 teses,[1] Lutero diz que:
“ 1 – Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: "Arrependei-vos..." (Mateus
4:17) certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo
arrependimento.
– E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas
tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas. (Atos 14:22). ”
A verdadeira distinção, portanto, entre as visões protestante e católica não é
uma questão de "ser declarado justo" versus "ser feito justo", mas sim o meio
pelo qual um é justificado. Na teologia católica obras de justiça são
consideradas meritórias para a salvação além da fé, enquanto que na teologia
protestante, obras de justiça são vistos como o resultado e evidência de uma
verdadeira justificação e regeneração que o crente recebeu somente pela fé.
Os
meios eficazes reais pelos quais uma pessoa recebe a justificação são também uma
divisão fundamental entre a crença católica e protestante. Na teologia católica,
o meio pelo qual a justificação é aplicada para a alma é o sacramento do
batismo. No batismo, mesmo das crianças, a graça da justificação e santificação
são "infundidas" na alma, tornando o destinatário justificado, mesmo antes que
ele exerça sua própria fé (ou mesmo no caso de uma criança que é batizada, antes
mesmo que ele tenha a capacidade de compreender conscientemente o Evangelho e
responder com fé). Na teologia católica, a fé não é um pré-requisito para a
justificação. Para os católicos, a função do batismo é "ex operere operato" ou
"por obra do ato", e, portanto, é o ato eficaz e suficiente para trazer
justificação. Na teologia protestante, no entanto, é absolutamente necessária a
fé do indivíduo e é por si mesma a resposta eficiente e suficiente do indivíduo
para os efeitos da justificação.
A doutrina Sola fide é às vezes chamada de princípio formal e material da teologia da Reforma, porque era a questão doutrinal central para Martinho Lutero e os outros reformadores. Lutero chamou de "doutrina pela qual a igreja permanece ou cai" (latim: articulus stantis et cadentis ecclesiae).
Sola scriptura (somente a Escritura)
Sola Scriptura é o ensinamento de que a Bíblia é a única palavra autorizada e inspirada por Deus e é única fonte para a doutrina cristã, sendo acessível a todos. Afirmar que a Bíblia não exige interpretação fora de si mesma está em oposição direta aos ensinamentos das tradições ortodoxa, ortodoxa oriental, anglo-católica e católica romana, que ensinam que a Bíblia só pode ser autenticamente interpretada pela tradição católica. Na Igreja Católica, este ensinamento é referido como o magistério da Igreja Católica, e incorporada ao episcopado, agregando os bispos da Igreja, em união com o Papa.
Sola scriptura é às vezes chamada de princípio formal da Reforma, uma vez que é
a fonte e norma de princípio, o material, o Evangelho de Jesus Cristo que é
recebido sola fide ("através da fé") sola gratia (por favor de Deus, ou
"graça"). O adjetivo (sola) e o substantivo (scriptura) estão no caso ablativo
em vez do caso nominativo para indicar que a Bíblia não está sozinha longe de
Deus, mas, sim, que é o instrumento de Deus pelo qual ele se revela para a
salvação pela fé em Cristo (Solus Christus). Como em Mateus 4:4
“ Mas Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus. ”
Solus Christus(Somente Cristo)
Solus Christus ou Solo Christo é o ensinamento de que
Cristo é o único mediador
entre Deus e a humanidade, e que não há salvação através de nenhum outro (por
isso, a frase é mostrada às vezes em caso ablativo (Cristo somente/sozinho) o
que significa que a salvação é "somente por Cristo"). Ao rejeitar todos os
outros mediadores entre Deus e a humanidade, o luteranismo clássico continua a
honrar a memória da Virgem Maria e de outros santos exemplares. Este princípio
rejeita o sacerdotismo, que é a crença de que não existem sacramentos da igreja
sem os serviços de sacerdotes ordenados por sucessão apostólica, sob a
autoridade do papa.
Lutero pregou o "sacerdócio geral dos batizados", que mais tarde foi modificado no luteranismo e na teologia protestante clássica para "sacerdócio de todos os crentes", negando o uso exclusivo do título de padre (latim: sacerdos) para o clero. Este princípio não nega a função do ministério sagrado para o qual está comprometida a proclamação pública do Evangelho e da administração dos sacramentos. Desta forma, Lutero em seu Catecismo Menor podia falar sobre o papel de um "confessor" para conferir absolvição sacramental a um penitente.
A seção neste catecismo conhecido como "O Gabinete das Chaves" (não escrita por Lutero, mas acrescentada com a sua aprovação) identifica os chamados "ministros de Cristo" como sendo os que exercem o ligar e desligar de absolvição e excomunhão através do ministério da Lei e Evangelho. Esta é definida na fórmula Luterana da santa absolvição: o "chamado e ordenado servo da Palavra" perdoa pecados dos penitentes (fala as palavras do perdão de Cristo: "Eu perdoo todos os seus pecados"), sem qualquer adição de penitências ou satisfações e não como um intercessor ou "sacerdote mediador", mas "em virtude da sua função como um chamado e ordenado servo da Palavra" e "em lugar e pelo comando da nosso Senhor Jesus Cristo".
Nesta tradição, a absolvição do penitente reconcilia-o com
Deus diretamente, mediante a fé no perdão de Cristo, em vez de ter o padre e a
Igreja como mediadores entre o este e Deus.
Sola gratia (somente a graça)
Sola gratia é o ensinamento de que salvação vem por graça divina ou "favor
imerecido" apenas, e não como algo merecido pelo pecador. Isto significa que a
salvação é um dom imerecido de Deus por causa de Jesus. Alguns[quem?] referem-se
a ele como um "débito" presente desde que os incrédulos viveram de tal forma que
perderam qualquer dom de Deus. Enquanto outros[quem?] afirmam que esta doutrina
é o oposto das "boas obras" e choca-se com alguns dos aspectos da doutrina
católica do mérito. É possível afirmar que, neste ponto, não está em desacordo
com o ensino católico romano, enquanto a doutrina de que a graça é
verdadeiramente sempre um dom gratuito de Deus e é realizada de acordo entre os
dois pontos de vista. A diferença na doutrina encontra-se principalmente em dois
fatos:
1º - Deus como o único ator na graça (em outras palavras, que a graça é sempre
eficaz sem qualquer cooperação pelo ser humano).
2º - O ser humano não pode, por qualquer ação da sua parte, sob a influência da
graça, cooperar com "mérito" para obter maiores graças para si (esta seria
doutrina da Igreja Católica Romana).
Esta doutrina declara o monergismo divino na salvação: Deus age sozinho para
salvar o pecador. A responsabilidade para a salvação não repousa sobre o pecador
em qualquer grau de sinergia ou arminianismo. O Luteranismo sustenta que esta
doutrina não deve ser mantida para a exclusão da gratia universalis (que Deus
deseja seriamente a salvação de todas as pessoas).
Protestantes arminianos também podem reivindicar a doutrina da sola gratia (mas a entendem de forma diferente) e, geralmente, negam que o termo "sinergismo" seja apropriado para descrever suas crenças. Arminianos acreditam que Deus salva somente pela graça e não por mérito, mas o ser humano, habilitado pelo que é conhecido como graça preveniente, está habilitado pelo Espírito Santo para entender o Evangelho e responder na fé.
Os arminianos acreditam que isto é
compatível com a salvação somente pela graça, uma vez que toda a salvação seja
obtida pela graça. Arminianos acreditam que o ser humano só é capaz de receber a
salvação quando levado primeiro a fazê-lo pela graça preveniente, que eles
acreditam ser distribuída a todos. Os arminianos, portanto, não rejeitaram a
concepção de sola gratia exposta pelos teólogos da Reforma.
Soli Deo gloria (glória somente a Deus)
Soli Deo gloria é o ensinamento de que toda a glória é devida somente a Deus, pois a salvação é realizada unicamente através de sua vontade e ação e não só da toda suficiente expiação de Jesus na cruz, mas também o dom da fé em que a expiação é criada no coração do crente pelo Espírito Santo.
Os
reformadores acreditavam que os seres humanos, mesmo santos canonizados pela
Igreja Católica Romana, os papas e a hierarquia eclesiástica não eram dignos da
glória que lhes foi concedida, isto é, não se deve exaltar tais pessoas por suas
boas obras, mas sim louvar e dar glória a Deus, que é o autor e santificador
dessas pessoas e suas boas obras.
No entanto, os que discordam deste princípio argumentam que, como estas pessoas são objetos de boa qualidade e raros, devem ser homenageados e elogiados. Há um grande número de homens benevolentes cujas imagens foram replicadas em pedra e expostos para a celebração do bem estes fizeram para a raça humana.
Bons homens poderiam e deveriam ser honrados por causa da glória que deram a Deus, e ao fazê-lo, ao mesmo tempo estar-se-ia honrando a Deus por sua bondade em criá-los. Porém, do ponto de vista bíblico, como muitos homens de Deus homenagearam e se prostraram a outros antes do advento do evangelho, mas a partir do ministério e doutrina de Jesus Cristo, lê-se palavras contrárias a tais práticas: como Pedro e João recusando receber honra após a cura do paralítico no templo, a recusa de Pedro a Cornélio se prostrar a ele, ordenando fazê-lo somente a Deus, como Paulo e Barnabé recusando receber sacrifícios e ofertas como deuses em Listra, após a cura do paralítico (At.14:8-18), e o anjo que recusa a prostração honrosa de João do Apocalipse dizendo: "Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus." (Ap.22:9) ......................Sociedade Bíblica do Brasil. (2003). Tradução Almeida Revista e Atualizada, com números de Strong.
Obs..do Compilador: Algumas religiões ou seitas atribuem milagres ou favores as estátuas feitas de pedra destes personagens bem como a gravuras ou fotos,confiam nestas coisas e esquecem do autor e consumador de nossa fé O Nosso Senhor Jesus Cristo.
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